
MEDICAMENTOS PARA EMAGRECIMENTO E SEUS EFEITOS NA PELE E NO CABELO: O QUE PRECISAMOS COMPREENDER DE VERDADE?
Nas últimas estações, palavras como Ozempic e Monjaro deixaram o campo da endocrinologia para ocupar o centro das conversas cotidianas. O fascínio por seus resultados rápidos no emagrecimento, muitas vezes, ofusca os cuidados que esse processo requer. Mas, longe de vilanizar essas medicações, é essencial entender seus efeitos — especialmente os reflexos que surgem na pele e nos cabelos — com um olhar amplo, humano e respeitoso.
O que está acontecendo com a pele e o cabelo?
Uma das queixas mais frequentes entre quem faz uso dessas medicações é a queda capilar e a flacidez facial. A expressão “rosto do Ozempic” — ou “Ozempic face” — tornou-se um jargão midiático. Mas o que está por trás desse fenômeno não é a droga em si, e sim um emagrecimento acelerado, muitas vezes mal acompanhado. O corpo perde gordura, sim — mas também pode perder massa muscular e estrutura de suporte, especialmente quando há carência de proteínas e micronutrientes na dieta.
Da mesma forma, a queda de cabelo não é uma ação direta do medicamento, mas uma consequência comum de déficits nutricionais que se instalam quando o paciente perde peso comendo menos — mas não necessariamente comendo melhor.
Por que isso acontece?
Os medicamentos análogos ao GLP-1 (como a semaglutida e a tirzepatida) funcionam aumentando a saciedade. Ou seja, a pessoa come menos. E aí está o ponto crítico: comendo menos, é preciso comer melhor. É imperativo garantir que mesmo em menor volume, o alimento seja denso em nutrientes, proteínas, vitaminas e minerais. Do contrário, o corpo entra em um estado silencioso de desnutrição funcional, que se manifesta no cabelo que enfraquece, na pele que perde viço, e nos contornos faciais que se esvaziam.
Como evitar esses efeitos?
O segredo está no acompanhamento próximo — e interdisciplinar.
- Endocrinologista, nutrólogo ou nutricionista devem avaliar continuamente o paciente.
- Exames laboratoriais (como dosagens de ferro, ferritina, zinco, B12 e vitamina D) ajudam a detectar deficiências antes que elas se manifestem na estética.
- Uma dieta cuidadosamente ajustada é indispensável. Nela, a presença diária de proteínas de alto valor biológico é o alicerce da manutenção da massa magra.
- E não menos importante: o cuidado dermatológico deve caminhar junto — com estratégias que possam preservar ou restaurar a vitalidade cutânea ao longo do tratamento.
Cuidar do corpo é um processo integrado
Não se trata de abandonar tratamentos eficazes para obesidade — afinal, estamos diante de um avanço histórico que, pela primeira vez, mostrou impacto real na saúde cardiovascular, metabólica e na qualidade de vida de muitas pessoas. Mas sim de olhar o paciente como um todo.
É preciso entender que obesidade é uma doença crônica, complexa e recidivante — e que emagrecer de forma saudável não é sinônimo de apenas pesar menos, mas de preservar a vitalidade, a função e o prazer de viver no próprio corpo.
A pele e o cabelo falam. E quando silenciamos esses sinais em nome de metas numéricas, perdemos a oportunidade de orientar com mais profundidade e empatia.
A beleza não é um capricho — é parte da saúde
A dermatologia estética entra como aliada nesse processo: para sustentar autoestima, reparar perdas estruturais, devolver luminosidade e reafirmar que, sim, o cuidado com a aparência faz parte do bem-estar. Mas antes disso, ela é parte da escuta. Um olhar atento que ajuda a identificar precocemente os sinais de uma possível desnutrição ou de um emagrecimento mal orientado.
Na prática, não é sobre escolher entre saúde e beleza. É sobre compreender que uma alimenta a outra.
Se você sente que o seu corpo está mudando de forma acelerada, e gostaria de um cuidado que leve em conta a sua saúde, sua estética e sua história, agende uma avaliação individualizada.
A Dra. Arianne Motta te acolhe com escuta, ciência e sensibilidade.